TREINADORA / TREINADOR : Pedagogia do treinamento

TREINADORAS E TREINADORES


Como dito anteriormente, esta é a etapa da diversificação das atividades. Então mesmo que os/as alunos/ as estejam frequentando um treino/aula de Wrestling, é importante que treinadoras/es ofereçam múltiplas vivências motoras às/aos alunas/os. É comum nessa faixa-etária termos dois tipos de alunas/os: aquelas/es que estão muito instigados com a prática de luta e aquelas/es que têm medo e insegurança na hora de lutar. Por isso, estabelecer os limites e a segurança de todos/as é primordial para que eles sigam no caminho da prática esportiva.

Um dos primeiros objetivos de aprendizagem nessa fase nas aulas de lutas é “quebrar as barreiras de contato” entre as/os alunas e alunos, ou seja, mostrar que só existe luta se houver contato e que a existência desse contato não precisa implicar em violência ou medo. Jogos cooperativos onde um precisa carregar ou abraçar o outro são ótimas ferramentas para auxiliar na normatização do contato e isso pode estar associado ao desenvolvimento de habilidades motoras básicas, como correr, deslocar-se em diferentes apoios, coordenação de membros superiores e inferiores, entre outras.

Esta é a fase que chamamos de letramento corporal, que seria uma espécie de alfabetização do corpo em relação ao movimento. O mesmo processo acontece na luta, é preciso fazer o letramento do saber lutar antes de ensinar as técnicas específicas das lutas.

Jogos de Combate

Através dos jogos de combate, que podem ser um pegando o “rabo” (fitinha) das costas do outro, desamarrando uma corda/faixa da cintura, puxando/empurrando de dentro de um bambolê, por exemplo, elas/es aprendem a lógica da luta: um alvo no oponente, um contato intencional para atingir esse alvo, ações de ataque e defesa que podem ser simultâneas, situações imprevisíveis e sempre balizadas pelas regras que a treinadora/or vai colocar.

Exemplos de Jogos de Combate:

1 – Bucking Bronco

2 – Disputa pela Bola

3 – Mantenha Fora

4 – Luta Carangueijo

Podemos também utilizar movimentos e habilidades de outros esportes nesse processo de letramento, como a ginástica e seus elementos acrobáticos (cambalhotas, parada de mão, estrela, ponte, combinações entre esses elementos). Variar também os espaços da prática, tatame, tapete, chão, areia, campo e diversificar os materiais de ensino pode também contribuir para um ensino amplo, plural e interessante, motivando as crianças a permanecerem na prática por prazer.

5 – Pedras Rolando

6 – Cambalhota Lateral

Planejamento

Recomendamos que a frequência nas aulas de Wrestling para esta etapa aconteça no máximo 2 vezes por semana, em sessões de 45 a 60 minutos. Desta forma conseguimos ajustar o volume e a “carga de Wrestling” na vida desses alunas/os oferecendo à elas/es o que podem suportar e não os limitando à apenas uma prática em sua vida social/esportiva.

Do ponto de vista das ações técnico-táticas, apesar de apontarmos para uma vivência ampla e plural, entendemos que experimentar algumas ações específicas de Wrestling por meio de brincadeiras de luta é muito importante nas etapas da base do CDA, já que são essenciais no aprendizado da própria lógica de luta. Ações como quedas, torções, agarres e trações contextualizadas em jogos e brincadeiras podem ser amplamente exploradas em detrimento da repetição de técnicas complexas fora de contexto.

VivênciasAtividades que explorem o contato entre os colegas;
Deslocamentos variados no solo (formas de apoio, 3 apoios, 4 apoios, mãos, joelhos);
Jogos que explorem alvos no oponente;
Situações de ataque e defesa simultâneos;
Utilizar as mudanças de espaços para as vivências: Tapete de luta, areia, campo, quadra e meio líquido;
Competências corporais: Lateralidade, equilíbrio, deslocamentos em diferentes apoios, rolamentos, organização espacial e temporal, rotações de tronco;
Frequência1 a 2 vezes semanais;
45 à 60 minutos por sessão;
Ações técnico-táticasDesenvolver a consciência corporal através dos agarres, torções e quedas.
Explorar o contato corporal contínuo com colega.
Explorar posturas, alavancas com braços e pernas, distribuição de peso corporal.
Explorar movimentos ginásticos e atividades circenses.

Código de técnicas no currículo:
A1 A2 B5 B8 F26 M66 M67 M68 M70 M83
CompetiçãoFestivais esportivos onde todos os participantes são premiados.
Regras adaptadas com o objetivo de aumentar a participação durante a competição e reduzir possíveis frustrações.
DesenvolvimentoDivulgação da modalidade, promovendo letramento corporal das crianças e um estilo de vida ativo para as famílias;
Visitas esportivas e de atletas;
Reunião com as famílias;
IndicadoresSatisfação dos responsáveis sobre as aulas e festivais;
Número de festivais esportivos e eventos realizados;
Aumento da participação nos festivais e atividades das Federações e CBW;